sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

2009 - A bandeira do acesso

Para comentarmos o objeto exposto hoje, voltaremos novamente ao ano de 2009, mais precisamente a um dos dias mais importantes, se não o mais importante da última década; o dia que o Operário Ferroviário finalmente conquistou o direito de voltar a disputar a primeira divisão do futebol paranaense, local este que nunca deveria ter saído.

Seria muito superficial de minha parte comentar somente os velhos clichês sobre a emoção do jogo, e a alegria da torcida vivenciada naquela tarde chuvosa do dia 26 de julho de 2009.

Esta é uma bandeira de escanteio, pertencente ao nosso amigo Alessandro, é uma das 4 utilizadas naquele memorável dia. O que para alguns pode parecer um simples objeto, na verdade não percebe toda a importância e o valor incalculável que ela possui.

Antes de mais nada, podemos considerar este dia como um grande divisor de águas para o Operário Ferroviário. Em apenas uma tarde, mais precisamente em apenas 90 minutos enterramos definitivamente 15 anos de sofrimento. Onde após anos de tentativas frustradas, com bons times e outros nem tanto, essa conquista é a concretização e a segurança que o Operário realmente está mais vivo do que nunca, sendo o passaporte para um crescimento almejado desde a sua volta em 2004, e a certeza de voltar aos anos de glórias passadas, de ser considerado novamente aquele clube forte e tradicional, aquele time indigesto e temido pelos adversários.

Em uma única tarde deixamos para trás toda a incerteza se teríamos ou não futebol no ano seguinte, se teríamos dinheiro para montar bons elencos, se livramos de jogos horríveis em estádios e campos ruins, de adversários desconhecidos e sem expressão alguma. Para passar a viver um outro nível de futebol, com clubes tradicionais como o nosso, e a oportunidade de voltar a jogar não somente em nosso estado, mas como no Brasil inteiro.

E este é o momento que o torcedor que viveu de perto estes momentos ruins, e acompanhou toda esta trajetória não esquecerá nunca. Ele enxerga com muito respeito toda essa superação, sofrendo na pele acordando cedo para viajar para cidades distantes, ficando mal acomodado em estádios acanhados, sofrendo por tardes com o ouvido colado no rádio, ou sendo chamado de louco por pseudo-torcedores de clubes maiores, acostumados a vitórias e títulos, que são comemoradas friamente do sofá da sala.

Ser operariano tem esta dose de loucura, disso todos sabemos. É ser louco em acreditar e ser contra todos que dizem que não seremos nada mais que um clube pequeno. Ser louco de torcer por um clube não somente para comemorar títulos, mas para comemorar cada vitória conquistada. Ser louco em acreditar que podemos sim crescer, batendo de frente e vencendo as grandes potências do futebol estadual e nacional. É acreditar que a tradição não pode se acabar, ou simplesmente fechar, como quem fecha uma loja ou um ponto comercial. E acima de tudo, honrar a todos que lutaram e se dedicaram para que o Operário Ferroviário chegasse até aonde chegou, sendo o segundo clube mais antigo deste estado.

Capa do Jornal da Manhã do dia 27 de julho de 2009.

E esta simples bandeira é a lembrança física de tudo isso, desde nossa grandiosa conquista daquela tarde chuvosa e fria, daquela noite que literalmente Ponta Grossa parou para festejar. Assim como é a lembrança de toda a alma guerreira que sempre se recusou a se entregar, a desistir, em contrariar quem falava que estávamos fadados ao fracasso ou seriamos um clube destinado a se acabar e ser esquecido pelo tempo.

Um comentário:

  1. Belas palavras Marcus, essa bandeira ficará guardada pra sempre comigo como lembrança desse histórico dia.

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